O Trafulha!
Fui apanhar a minha camionetazinha à hora do costume – que hoje quase não apanhava -, em época de escola. Sítio do costume, os três ou quatro passageiros do costume. Hoje havia um “chavalo” extra, novo por ali.
Foi o primeiro a entrar e a empantanar logo a entrada do restante pessoal. E ainda por cima o gajo era gigante. E parvo!
Blá, blá, blá que tinha vindo não sei de onde e passado não sei em quê e ninguém lhe tinha dito nada, que todos o tinham deixado passar sem problemas.
Mas que raio de conversa é esta, pensei eu para com os meus botões. Será alguma senha ou passe que não serve para aqui? Estranho!
A conversa continua, e é então que percebi tudo! O tal “chavalo” tinha comprado o passe e em vez de esperar por amanhã para colar a senha, não, fê-lo ontem! É lógico que isto não é aceitável! Senão todos nós comprávamos muito mais cedo e ganhávamos uns dias extras de passagens à borla!
O parvalhão queria enganar o motorista mas o homem não anda ali há dois dias. Foi obrigado a comprar um bilhete. Sacou das moeditas de má vontade e arrastou-se pelos corredores a dizer aquela palavra que termina em “dasse” inúmeras vezes.
Sentou-se nos confins da camioneta. Sacou do telemóvel e decidiu fazer uma chamada. Como se estava a achar cheio de razão, desatou a falar alto. Então, lá explicou o ocorrido à pessoa do lado de lá e depois sai-se com “ tive de comprar bilhete… Dois euros e quarenta! E eu disse que era para o IKEA… se dissesse que era para Algés, era três euros e sessenta!
Acham que o motorista ouviu? Éramos 5 pessoas na camioneta das quais, quatro iam em silêncio absoluto…
Tive pena de sair antes, pois se conheço aquele motorista, ou o gajo saía no IKEA e ia o resto a pé ou então pagava o resto do bilhete! Bem feita, ó trafulha!